Eu me sento ao piano, meu longos dedos dedilham Moonlight Sonata de Bethoveen, estou distraída...
O ar frio que entra pela grande persiana aberta, acaricia minha pele, tal qual pétala de rosa ao sabor do vento.
Meus pensamentos estão submersos por cenas que não sei se são reais ou se as invento.
Esses momentos de paz, luar, e música, preenchem minha existência, e sinto que não estou só, tenho perto os livros que são meu passaporte para todos os lugares, tenho o piano, tenho o vento, o que mais posso querer?
Posso sim querer, quero a inspiração pura e certa, meus dedos param de tocar em meio a uma nota, uma personagem entra em ação o cenário se desenvolve, onde estão o papel e a caneta? Os achei, anotei, mais uma cena de um capitulo do livro escrita, já se foram vinte e dois capítulos e a inspiração, ah, ela aparece nas horas mais incertas, como nesse momento tocando o piano, e sentindo o vento desmanchando meu longo cabelo.
Agora volto a mergulhar na calma, e a tocar e não posso evitar sorrir, pensando que uma escritora nunca de fato está só, pois seus personagens são em geral excelente companhia.
Anitta Cardoso